ESTAÇÃO MEIA-NOITE

10/12/2011 16:18

 

Não parece fazer sentido, mas o momento de glória foi deixado pra trás

E à distância eu observo como algo irreal que não voltará

 

Por entre a neblina do crepúsculo sem estrelas e luar, novamente, não parece fazer sentido

Mas prossigo o peregrinar mesmo sem ver a trilha

 

Não sei ao certo como cheguei aqui, mas posso ouvir o comboio da estação “meia-noite”

Que do nada vem e para o nada vai sempre com muitos a levar

 

Então me avisam que é só entrar e dizer:

 Adeus, adeus, adeus...

 

Que ele vem isso é certo, mas ninguém sabe ao certo qual o seu momento certo

Pois não parece fazer sentido ir para onde não se sabe ao certo

 

Mas só não olhe pra trás, para não sentir muita dor por tudo aquilo que ficou

Por tudo aquilo que lutou e por quem, sobretudo, amou

 

Não é preciso mais rimar, não é necessário mais correr atrás do vento debaixo do sol

Assim, não me parece ruim e começo a sorrir 

 

Então me avisam outra vez que é só entrar e dizer:

Adeus, adeus, adeus...

 

RICARDO LACERDA ZACCHARIAS

Presidente Prudente, 10/12/2011