ESTAÇÃO MEIA-NOITE
Não parece fazer sentido, mas o momento de glória foi deixado pra trás
E à distância eu observo como algo irreal que não voltará
Por entre a neblina do crepúsculo sem estrelas e luar, novamente, não parece fazer sentido
Mas prossigo o peregrinar mesmo sem ver a trilha
Não sei ao certo como cheguei aqui, mas posso ouvir o comboio da estação “meia-noite”
Que do nada vem e para o nada vai sempre com muitos a levar
Então me avisam que é só entrar e dizer:
Adeus, adeus, adeus...
Que ele vem isso é certo, mas ninguém sabe ao certo qual o seu momento certo
Pois não parece fazer sentido ir para onde não se sabe ao certo
Mas só não olhe pra trás, para não sentir muita dor por tudo aquilo que ficou
Por tudo aquilo que lutou e por quem, sobretudo, amou
Não é preciso mais rimar, não é necessário mais correr atrás do vento debaixo do sol
Assim, não me parece ruim e começo a sorrir
Então me avisam outra vez que é só entrar e dizer:
Adeus, adeus, adeus...
RICARDO LACERDA ZACCHARIAS
Presidente Prudente, 10/12/2011