MORTAL

10/12/2011 16:21

 

O dia chegará rompendo a tênue linha do real

Mostrando-lhe os novos matizes entre bem e mal

Pigarreando a felicidade ideal

 

De tantas idas e vindas tão cansativas, cai a frustrada

Folha seca da morte de um outono em Pasárgada

Soluçando estações vindouras

 

Diante de ti somente as estrelas de uma noite enluarada

Canaã surgindo no  sertão como num passe de mágica

Tossindo tempestades

 

Afagarás então com a mesma mão que depositas no bolso

Acolhendo em teu ninho a rapina que ronda teu tesouro

Vomitando humildade

 

E vendo que a sega se aproxima no amanhecer do ceifeiro

Colherás o produto da semeadura, inefável e perfeito

Escarrando graça

 

Persistirás destarte faceiro em teu estado altaneiro

A efígie do colendo e douto, nosso nobre jocoso

Régio mortal

 

RICARDO LACERDA ZACCHARIAS – PRESIDENTE PRUDENTE , 10/12/2011 – 03:00hrs