MORTAL
O dia chegará rompendo a tênue linha do real
Mostrando-lhe os novos matizes entre bem e mal
Pigarreando a felicidade ideal
De tantas idas e vindas tão cansativas, cai a frustrada
Folha seca da morte de um outono em Pasárgada
Soluçando estações vindouras
Diante de ti somente as estrelas de uma noite enluarada
Canaã surgindo no sertão como num passe de mágica
Tossindo tempestades
Afagarás então com a mesma mão que depositas no bolso
Acolhendo em teu ninho a rapina que ronda teu tesouro
Vomitando humildade
E vendo que a sega se aproxima no amanhecer do ceifeiro
Colherás o produto da semeadura, inefável e perfeito
Escarrando graça
Persistirás destarte faceiro em teu estado altaneiro
A efígie do colendo e douto, nosso nobre jocoso
Régio mortal
RICARDO LACERDA ZACCHARIAS – PRESIDENTE PRUDENTE , 10/12/2011 – 03:00hrs